A noite do sábado (15) do Festival da Juventude Salesiana
pode ser considerada o momento esperado com mais curiosidade e expectativas,
pois é quando as delegações trazem suas apresentações teatrais e depois todos
participam da Adoração ao Santíssimo.
Nesta edição, a organização estava um pouco apreensiva com o
risco do momento se tornar repetitivo, visto que a maioria das 9 apresentações inscritas
falavam da vida de Dom Bosco. No entanto, o que se comprovou foi a riqueza da
vida do nosso santo quase bicentenário e o grande talento de nossos jovens.
Nenhuma das peças eram parecidas em estilo e formato e todas com muita
qualidade. Foram duas horas e meia de muita concentraçã oe emoção. Para
eles, é um momento muito especial: imagina seu trabalho ser visto por mais de
mil pessoas de toda região nordeste!
Além disso, não é uma competição, é uma partilha dos frutos
da caminhada dos grupos, um rico momento de evangelização e incentivo a outros
grupos. Muitos ao verem um efeito especial, um estilo de narrativa, figurino ou
maquiagem ciram novas ideias para desenvolver algo em suas próprias realidades.
E a mensagem passada através da arte entra no coração e na mente dos
participantes. Não é raro vê-los conversando no corredor relembrando de uma
determinada apresenação do ano anterior, contando sua mensagem e seus detalhes.
É a verdadeira noite de gala do Festival e neste espírito os
apresentadores da noite estavam impecáveis.
Primeira delegação a se apresentar foi de Areia Branca – RN.
onde foi narrado o momento da morte de Dom Bosco, onde ele se mostrava
satisfeito com as sementes plantadas.
Faço aqui um pequeno parenteses de algo que às vezes fica
nas entrelinhas: tendo em vista a distância territorial e as grandes dificuldades
que esta delegação sempre enfrentou para conseguir vir ao evento, só a sua presença com 20 jovens, e perceber a
AJS do local melhor articulada já era motivo de grande alegria para todos, e ao
ver que trariam uma apresentação teatral a satisfação foi dobrada.
A segunda delegação a se apresentar foi a terra do Padre
Cícero: Juazeiro do Norte / CE. E o próprio “padim” foi incluído na peça, num
criativo diálogo com Dom Bosco, com toda narrativa rimada, feita ao estilo de
cordel. Ambos, junto com nossa senhora, intercediam para
salvação de almas que temiam ir para o inferno.
Chegou a hora de Maceió entrar em cena, com a grande
novidade que desta vez quem trouxe a apresentação um dos mais novos grupos do
CJC (Comunidade de Jovens Cristãos), criado há um ano na capital alagoana. Com
recursos de pantomima, a narrativa da Vida de Junior, que começava explicando
seu nome, foi envolvendo a todo com muita graciosidade. E a grande surpresa foi
que este jovem que havia sofrido uma mudança de vida depois que através do
carisma salesiano e do Centro de Cooperação Dom Bosco havia encontrado Jesus,
era mais que um personagem, era uma pessoa real, e sua noiva, presente no
festival, leu uma carta sua a todos participantes, já que ele não pode se fazer
presente pro questões de trabalho.
A quarta peça veio de Baturité/CE, onde foi narrada a
importância da cultura de paz e que o ideal de santidade, proposto por Dom
Bosco, é acessível e possível a todos
jovens.
Os jovens de Matriz de Camaragibe/AL trouxeram a vida de Dom
Bosco, enfatizando a confiança de Dom Bosco na sua missão e na divina
providência, acolhendo com carinho os jovens sem temer.
Já a sexta apresentação veio do Colégio São José, de Natal/RN,
onde uma situação familiar muito comum nos dias de hoje, onde muitos pais só se
preocupam com bens materiais e trabalho, esquecendo às vezes do essencial.
Mesclando sonho e realidade, foi deixada uma linda mensagem e ao final, todos
cantaram a música “pais e filhos” de Renato Russo.
Em seguida os jovens do colégio Dom Bosco de Parnamirim/RN encenaram
uma situação onde um grupo deveria se apresentar, mas demonstravam muita
insegurança e vaidades pessoais que os fragilizavam. A parit do moment oque
uniram forças, alcançaram seus objetivos. Encerraram com a música do MC Gui, “Sonhar” ( “Sonhar, nunca desistir! Ter fé! Pois
fácil não é nem vai ser..”)
Aqui também abro um parenteses, por conhecer os
coordenadores, sei que é um grupo novo, alguns começaram a se envolver mais com
a pastoral recentemente, No entanto, foram os próprios jovens que tiveram a
iniciativa de querer se apresentar e de pensar a apresentação e trazê-la para o
festival, escolhendo inclusive as musicas. Localmente, o festival proporcionou
mais convivência mútua e depois dele, com certeza mais amadurecimento e amizade
àquele grupo. É quando a gente percebe que um evento pode ajudar a desencadear
um processo muito bonito de crescimento das relações humanas e principalmente na fé.
A penúltima apresentação da noite veio da delegação de Gramoré/
Natal ( deu para perceber que as delegações do Rio Grande do Norte ‘dominaram’
a cena..., sempre muito esperada no festival por seu viés cômico e criativo. E
eis que história de Dom Bosco veio a partir de um ângulo totalmente inusitado.
O personagem do “vingador”, que no passado havia sofrido uma decepção religiosa
e de seu ‘trauma’ decidiu espalhar maldade e desunião pelo mundo, não conseguia
suportar a alegria de um grupo juvenil e descobriu que o carisma de Dom Bosco
estava ali e que eles se preparavam para comemorar o bicentenário do santo. O jeito
que encontrou foi construir uma máquina do tempo e atrapalhar os planos de Dom
Bosco, o que foi uma oportunidade interessante para mostrar algumas passagens
conhecidas da vida e obra do pai e mestre da juventude. Por fim, Vingador acabou
sendo conquistado pela obra salesiana.
E quem encerrou a noite de apresentações foi a delegação de Aracaju,
também uma feliz surpresa para os organizadores. Com uma linda narrativa, luzes
e cenário e figurino, sentimo-nos transportando para época de Dom Bosco, de sua
ordenação, a presença de Mamãe Margarida, de como descobriu e decidiu sobre sua
missão e entendeu seu chamado no sonho dos 9 anos.
Então as luzes se acenderam, todos foram convidados a
ficar de pé e em clima de oração, todos receberam a presença do Cristo Eucarístico e em procissão se encaminharam para a quadra Dom Bosco.
Por: Jakeline Lira